Prezava a “Santa Inquisição”
O demônio, costuma-se dizer, é o macaco de Deus. Sempre que há fenômenos sobrenaturais, ele suscita outros preternaturais para que se duvide também dos primeiros.
Na época de Santa Teresa houve muitas falsas místicas, desmascaradas pelo Tribunal da Inquisição. Inimigos e até amigos da Santa, almas rasteiras que não compreendiam que outras pudessem subir tanto, a alertavam sobre esse santo Tribunal, hoje tão caluniado.
Eis o que Teresa escreveu a respeito, em sua autobiografia:
“Poderiam levantar contra mim algum falso testemunho e denunciar-me aos inquisidores. Achei graça na idéia. Fez-me rir, porque neste ponto nunca temi. Tinha consciência de que, em matéria de fé, eu estava pronta a morrer mil vezes para não ir contra a menor cerimônia da Igreja, ou por qualquer verdade da Escritura. [...] Em bem mau estado andaria minha alma se nela houvesse coisa de tal natureza, que me fizesse temer a Inquisição. Se eu imaginasse haver necessidade, seria a primeira a ir buscá-la” .
Ao Padre Gracián, que temia os rumores de que a Inquisição pudesse ir ao recém-fundado convento de Sevilha, por causa de calúnias levantadas por duas ex-noviças, Teresa dizia:
“Cale, meu pai, e não tenha medo de que a Santa Inquisição, que Deus tem posta para guardar sua fé, dê desgosto a quem tanta fé tem, como eu” .
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