sábado, 9 de agosto de 2014

MALLEUS MALEFICARUM NÃO FOI APROVADO PELA IGREJA CATÓLICA E FOI PROIBIDO NA ÉPOCA DA INQUISIÇÃO






O Malleus Maleficarum foi compilado e escrito por dois inquisidores dominicanos, Heinrich Kraemer e James Sprenger (em latim, Henrici Institoris e Iacobus Sprenger ).

 Os autores fundamentavam as premissas do livro com base na bula Summis desiderantes, emitida pelo Papa Inocêncio VIII em 5 de dezembro de 1484, o principal documento papal sobre a bruxaria. Nela, Sprenger e Kramer são nomeados para combater a bruxaria no norte da Alemanha, com poderes especiais.

Kramer e Sprenger apresentaram o Malleus Maleficarum à Faculdade de Teologia da Universidade de Colônia, na Alemanha, em 9 de maio de 1487, esperando que fosse aprovado. Entretanto, o clero da Universidade condenou a obra, declarando-a ilegal e antiética. 

Kramer, porém, inseriu uma falsa nota de apoio da Universidade em posteriores edições impressas do livro.



O ano de 1487 é geralmente aceito como a data de publicação, ainda que edições mais antigas da obra tenham sido produzidas em 1485 ou 1486.

  A Igreja Católica proibiu o livro pouco depois da publicação, colocando-o no Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos). 

Apesar disso, entre os anos de 1487 e 1520, a obra foi publicada 13 vezes. Entre 1574 e a edição de Lyon de 1669, o Malleus recebeu um total de 16 novas reimpressões.

A suposta aprovação inserida no início do livro contribuiu para sua popularidade, dando a impressão de que tinha respaldo oficial. 

O texto chegou a ser tão popular que vendeu mais cópias do que qualquer outra obra à exceção da Bíblia, até a publicação d'El Progreso del Peregrino, de John Bunyan, em 1678.

Os efeitos do Malleus Maleficarum se espalharam muito além das fronteiras da Alemanha, provocando grande impacto na França e Itália, e, em grau menor, na Inglaterra.






Embora a crença popular consagrasse o Malleus Maleficarum como o clássico texto católico romano no que cabia à bruxaria, a obra nunca foi oficialmente usada pela Igreja Católica.

Kramer foi condenado pela Inquisição em 1490, e sua demonologia considerada não acorde com a doutrina católica. 

Porém, seu livro continuou sendo publicado e usado também por protestantes em alguns de seus julgamentos contra bruxas.

No Brasil foi publicado pela editora Três em 1976 com o título Malleus Maleficarum: Manual de Caça às Bruxas e, posteriormente, pela editora Rosa dos Tempos com o título O Martelo das Feiticeiras.







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